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BOURNOUT – COMO EVITAR QUE O STRESS ROUBE SUA CAPACIDADE LABORATIVA?

Segundo o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo – USP, houve uma alta de 21% no diagnóstico de Burnout se comparado ao período anterior à pandemia. De acordo com a Organização Mundial da Saúde – OMS, a condição passou a ser considerada como estresse crônico de trabalho que não foi administrado de maneira eficaz e sua classificação passou a ser de doença ocupacional. Um ponto que chama atenção no conteúdo da definição supramencionada é que a doença não está diretamente correlacionada ao stress no local de trabalho, mas sim à má gestão desse stress. Essa definição informa que as condições de stress são inerentes ao dia a dia de todo o ser vivente e que, por sua vez, não há como viver sem tal condição; contudo, a má gestão do stress pode acarretar consequências outrora desconhecidas, mas que agora estão à luz da sociedade moderna

Confira, abaixo, algumas dicas que podem evitar que o stress ocorrido no dia a dia se sobreponha à sua carreira:
1. Todo o excesso praticado acarreta o Burnout: é comum as pessoas pensarem que tal doença só aparece quando, no laboro, todas as condições estão demasiadamente desordenadas. No entanto, a realidade apresenta-se muito diferente. Há relatos concretos de pessoas que desenvolveram a doença vivendo bons períodos em sua carreira, exercendo atividades das quais lhes garantia maior prazer laboral. Porém, o excesso de horas trabalhadas, de dedicação e de funções a serem desempenhadas foram gatilhos para o surgimento da doença. O Burnout pode surgir mesmo quando todas as coisas parecem estar em ordem.
2. Busque ajuda profissional o quanto antes: por se tratar de um tema relativamente novo, para que se tenha um diagnóstico confiável é necessário buscar profissionais especializados no assunto, tal como um psiquiatra. Devido a uma série de paradigmas atuais, há profissionais que adiam o quanto podem sua ida ao especialista. No entanto, é importante que se saiba que qualquer pessoa está sujeita a esse tipo de problema e a morosidade em procurar ajuda pode acarretar em um agravante da doença.

3. Aprenda a dizer não: aprenda a reconhecer seus limites laborais; saber até onde ir também faz parte de sua responsabilidade. Saiba posicionar-se, identificar e diferir aquilo que é urgente daquilo que é importante; esse exercício ajuda na construção de uma rotina mais saudável. Há uma parte considerável do stress laboral que perpassa pela falta de capacidade do profissional de dizer um simples não. Sabe-se que o não muitas vezes é mal visto e condenado, mas isso não diminui sua importância na rotina dinâmica laboral.
4. Você não é onipotente: delegue as atividades que forem passíveis de delegação. É importante verificar se a atividade necessita, de fato, ser executada por você e, caso sim, se é possível contar com uma ajuda de um colega ou, ainda, se é possível delegá-la a alguém. Todas as pessoas possuem um ponto limite, não reconhecê-lo pode acarretar sérios problemas.
5. Atenção às pausas: períodos de pausas são necessários e extremamente importantes. Condicione rotinas de trabalho com momentos de respiros; poucos minutos fazem muita diferença no dia a dia. Faça intervalos entre reuniões, pausas para café e almoço. Além do mais, procure dormir bem à noite.
6. A responsabilidade também é da empresa: desenvolver ambientes de trabalho adequados é uma responsabilidade compartilhada entre funcionários e a empresa. Caso sua posição seja de líder, atente-se ao comportamento de seus liderados; procure apoiar e entender de que forma você poderá contribuir para a manutenção de um ambiente saudável.

Em tempos de mudanças legislativas, é importante a ampliação da visão sobre cuidados com a saúde mental e busca pela empresa e funcionários de incorporação de hábitos saudáveis que evitem episódios de stress crônico.

Leandro Nascimento
Engenheiro de Segurança do Trabalho

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